30 de abril
Todos por todos
Se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um membro é honrado, com ele todos se regozijam. 1 Coríntios 12:26
Poucas coisas na vida de uma igreja são tão tristes quanto alguém insinuar a disposição de deixar a congregação. Algumas vezes, o motivo apresentado é doutrinário. Em outras, é a falta de apoio e solidariedade quando a pessoa enfrentou momentos extremamente difíceis. Essa indiferença é sempre desoladora, e justificativas defensivas por parte da comunidade não ajudam. Afinal, somos todos irmãos em Cristo e devemos nos importar uns com os outros.
Charles Swindoll cita um pensamento profundo de John Donne, poeta e pregador inglês do século 17: “Nenhum homem é uma ilha, inteira em si mesmo; todo homem é uma parte do continente, um pedaço do território todo. […] A morte de um homem me diminui um pouco, pois estou envolvido com toda a humanidade” (Firme Seus Valores, p. 26).
A declaração divina, antes da criação de Eva – “não é bom que o homem esteja só” (Gn 2:18) –, a oração de Cristo por Seus discípulos – “a fim de que todos sejam um” (Jo 17:21) – além dos símbolos utilizados no Novo Testamento para a igreja são apenas algumas das referências que indicam a pertinência do envolvimento pessoal, da comunhão entre os cristãos. Não parece haver dúvidas de que esse foi um dos grandes efeitos da conversão e do batismo pelo Espírito Santo por eles experimentados (At 2:42-47).
Paulo se referiu à necessidade de comunhão (Rm 12:9-21) e de seu fundamento no amor sincero. Ao falar sobre os dons espirituais, também comparou a igreja a um corpo (1Co 12:12-31) cujos membros, diferentes e com funções distintas, são tão interdependentes a ponto de um ser afetado pelo sofrimento do outro ou pela honra a esse outorgada: “Se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um membro é honrado, com ele todos se regozijam” (v. 26).
É plano de Deus que nos envolvamos mutuamente, alegrando-nos com os que se alegram, chorando com os que choram, e não que vivamos como ilhas. O conselho do apóstolo é: “Acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; […] instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em sabedoria” (Cl 3:14-16).
Conforta saber que, em um mundo indiferente, alguém nos ama e se importa conosco. Sejamos hoje esse alguém. Em algum lugar, outro alguém precisa sentir que fizemos diferença em sua vida.
Meditações Matinais - De Coração a Coração, Zinaldo A. Santos