domingo, 4 de fevereiro de 2024

Abraão! Abraão!

 Abraão! Abraão!

Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem. Hebreus 11:1

Imerso em sua dor e em luta com sua fé, Abraão levantou o cutelo para desferir o golpe fatal. Quando tudo parecia inevitável, escutou-se o brado: “Abraão!” O idoso patriarca estava tão compenetrado que seu nome precisou ser repetido: “Abraão!” Na segunda vez, ele despertou de seu quase torpor e voltou a si. Com o mais profundo sentimento, respondeu: “Eis-me aqui.”

Essa resposta revela uma fé impressionante. É um “Eis-me aqui, embora sejas o Deus de amor que pede que eu sacrifique meu filho”; “Eis-me aqui, embora eu tenha sido fiel a Ti durante décadas e pareça que isso não serviu para nada”; “Eis-me aqui, embora eu não entenda nada”. Apesar de tudo, ali estava ele, com o punhal na mão.

Um filósofo chamado Martin Heidegger, compreendendo a realidade do homem e seu abandono no mundo, propôs um conceito revelador ao qual chamou de dasein. É algo como ter uma relação verdadeira com nossa transcendência. Dou um exemplo para que se entenda de maneira prática. Ser um estudante de Pedagogia não é o mesmo que ser um professor. O estudante estuda as teorias e técnicas de um bom educador. O professor tem vocação para o ensino, vive e pratica seu ofício, o qual acaba fazendo parte de seu ser. Existir é ter uma relação intensa e um propósito.

Absorto em sua fé, Abraão não era um aspirante a homem de Deus; ele era um homem de Deus. Não somente era fiel, como demonstrou sua fidelidade. Estava onde lhe pediram que estivesse, e isso não quer dizer que não tivesse lutas, mas que era coerente com aquilo que cria e se situava onde tinha que estar. É que a fé vai além do lógico, do previsível e do esperado. A fé convive com a irregularidade, a incerteza, o absurdo e sempre supera tudo isso.

A verdadeira fé do cristão não se separa de sua existência. Ela é real e traz certezas, não porque haja evidências, mas porque há esperança. É estranho, mas é assim que funciona. É que, no fundo, a Bíblia nos ensina que, embora não a vejamos, a solução está ali, ao nosso lado. Abraão não via o anjo do Senhor; Abraão só via a luta de sua existência e sua fé. Mas o anjo estava ali. E, bem atrás do patriarca, enganchado em um arbusto, o cordeiro esperava. Vale a pena ter fé! 

Devocional Diário

Vislumbres da eternidade
4 de fevereiro
https://mais.cpb.com.br/meditacao/abraao-abraao/
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