quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

A espiritualidade da lei

Refletindo a Cristo
A espiritualidade da lei, 22 de Fevereiro

Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não vim para revogar,vim para cumprir. Mateus 5:17.

Fora Cristo que, por entre trovões e relâmpagos, proclamara a lei no monte Sinai. A glória de Deus, qual fogo devorador, repousara no cimo do monte, e este tremera ante a presença do Senhor. O povo de Israel, prostrado em terra, havia escutado em temor os sagrados preceitos da lei. ...

Ao ser dada a lei, Israel, degradado pela servidão no Egito, necessitara ser impressionado com o poder e a majestade de Deus; no entanto, Ele não menos Se lhes revelou como um Deus de amor. ... A lei dada no Sinai era a enunciação do princípio do amor, a revelação, feita à Terra, da lei do Céu. Foi ordenada pela mão de um Mediador — proferida por Aquele por cujo poder o coração dos homens podia ser posto em harmonia com os seus princípios. Deus revelara o desígnio da lei, quando declarara a Israel: “Ser-Me-eis homens santos.” Êxodo 22:31.

Mas Israel não percebera a natureza espiritual da lei, e com demasiada freqüência sua professada obediência não passava de uma observância de formas e cerimônias, em vez de ser uma entrega do coração à soberania do amor. Quando Jesus, em Seu caráter e Sua obra, apresentava aos homens os santos, generosos e paternais atributos de Deus, e lhes mostrava a inutilidade de meras formas cerimoniais de obediência, os guias judaicos não recebiam nem compreendiam Suas palavras. Achavam que Ele Se demorava muito ligeiramente nas exigências da lei; e quando lhes expunha as próprias verdades que constituíam a alma do serviço que lhes era divinamente indicado, eles, olhando apenas ao exterior, acusavam-nO de buscar derribá-la.
As palavras de Cristo, conquanto proferidas com serenidade, eram ditas com uma sinceridade e poder que moviam o coração do povo. Em vão apuravam o ouvido à espera de uma repetição das mortas tradições e rigores dos rabis. Eles se admiravam “da Sua doutrina, porque Ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas”. Mateus 7:28-29. Os fariseus notavam a vasta diferença entre sua maneira de instruir e a de Cristo. Viam que a majestade, a pureza e beleza da verdade, com sua profunda e branda influência, estavam tomando posse de muitos espíritos. O divino amor do Salvador, Sua ternura, para Ele atraíam os homens. ...

O Salvador nada dissera para abalar a fé na religião e nas instituições que haviam sido dadas por intermédio de Moisés; pois todo raio de luz que o grande guia de Israel comunicara a seu povo fora recebido de Cristo. Conquanto muitos digam em seu coração que Ele viera para anular a lei, Jesus com inequívoca linguagem revela Sua atitude para com os estatutos divinos. “Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas.” Mateus 5:17. — O Maior Discurso de Cristo, 45-47.


Este texto vem do livro Refletindo a Cristo, escrito por Ellen G. White

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