15 de janeiro
“SE ÉS O Filho DE DEUS”
Então, o diabo O levou à Cidade Santa, colocou-O sobre o pináculo do templo e Lhe disse: Se és o Filho de Deus, atira-Te abaixo, porque está escrito: Aos Seus anjos ordenará a Teu respeito que Te guardem. Mateus 4:5, 6
É possível perceber que a segunda tentação de Cristo envolve um desafio relacionado com a preservação da dignidade pessoal. Todos os dias, de muitas formas, somos incentivados a provar que somos alguém ou alguma coisa; que podemos ter ou fazer coisas importantes. Tudo isso representa um apelo à satisfação do valor pessoal, comum a todos os seres humanos.
Então seria errado lutarmos pela preservação da nossa dignidade? Não totalmente. É verdade que, por falta de valorização pessoal, muitas pessoas se tornam emocionalmente desestruturadas, desenvolvendo uma personalidade marcada por insegurança e desequilíbrio. Afinal, quem é feliz se sentindo “um zero à esquerda”? Entretanto, precisamos ser vigilantes. O limite entre autoestima e presunção é muito tênue. Desconhecendo esse limite, muitas pessoas lançam mão de qualquer arma em sua tentativa de “ocupar espaço”, agindo sob a filosofia de que “os fins justificam os meios”.
Firmemente protegido pela Palavra, Cristo resistiu a mais essa investida diabólica. “O tentador pensava em se aproveitar da humanidade de Cristo e O instigou à soberba. Mas, embora Satanás possa incitar, não pode forçar ninguém a pecar. […] Nem todo o poder da Terra ou do inferno conseguiria forçá-Lo no mínimo que fosse a Se afastar da vontade de Seu Pai” (O Desejado de Todas as Nações, p. 125).
É interessante notar que o inimigo citou parte de uma passagem bíblica para apoiar suas intenções: “Porque aos Seus anjos dará ordens a Teu respeito, para que Te guardem”, omitindo, porém, a conclusão do verso: “em todos os Teus caminhos” (Sl 91:11). Ou seja, estaremos guardados sempre que permanecermos em todos os caminhos traçados por Deus, não agindo presunçosamente em favor da satisfação de interesses pessoais.
Este é o exemplo que nos é proposto seguir neste dia: Deus e Seus planos, como o padrão de nossa conduta. A suprema dignidade a ser buscada por um filho de Deus é a que foi experimentada por Paulo: “Não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:20). Cristo é o verdadeiro valor que podemos adquirir; é a mais excelente dignidade que devemos ter, em favor da qual devemos argumentar e pela qual devemos dar a vida. Ele Se encarregará de cuidar de tudo o mais que diga respeito à nossa felicidade, afirmação e realização pessoal.
Meditações Matinais - De Coração a Coração, Zinaldo A. Santos
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