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segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

ALTRUÍSMO LÚCIDO

Devocional Diário:Descobertas da Fé


22 de Dezembro


ALTRUÍSMO LÚCIDO

Ame o seu próximo como você ama a si mesmo. Marcos 12:31


Frequentemente falamos sobre o amor altruísta, que se doa sem esperar nada em troca. No entanto, é importante reconhecer que isso pode se tornar doentio. É verdade que, em algumas demonstrações de amor, o ser amado não tem como pagar por aquilo e, se pagasse, não seria amor, mas comércio. Existe uma distinção, por exemplo, entre o cuidado de uma mãe que alimenta seu bebê e o serviço prestado por um garçom. Enquanto a mãe age por altruísmo, o garçom age por profissionalismo. Isso não desmerece a competência do garçom; apenas destaca a diferença entre ambos.

O problema é que o desejo de reciprocidade, um sentimento perfeitamente humano, foi demonizado pelo politicamente correto. Precisamos sim receber afeto daqueles que amamos. A reciprocidade é a marca da relação saudável. Uma convivência que apenas recebe e não doa é egoísta,
enquanto aquela que só doa sem nunca receber é patológica.

Ninguém é tão desprovido de recursos que não possa demonstrar afeto. Até uma criança consegue sorrir para seus pais, e o que é isso senão a retribuição daquilo que ela recebe? Doar-se em excesso é tirar do outro a oportunidade de crescer e aprender a retribuir.

No começo, você faz de tudo e a pessoa até se sente agradecida. Mas se continua a fazer as coisas sem ensinar e valorizar a retribuição, ela se achará merecedora e sempre irá querer de novo. Então começa a fase da expectativa, quando ela já espera receber algo de você.

À essa altura, os sentimentos se revelam egocêntricos, imaturos e viciados, pois você criou na pessoa a dependência de ser sempre servida. Então, quando percebe que não tem mais energia para amar sem reciprocidade, o objeto do seu amor se revolta. Ele está ressentido, como um viciado com crise de abstinência. Você tirou algo do qual ele depende e acredita merecer.

A vida precisa seguir o mesmo princípio ensinado nos voos comerciais: “Em caso de despressurização, máscaras cairão automaticamente à sua frente. Coloque primeiro a sua e só então auxilie quem estiver ao seu lado.” Isso deveria valer também para as relações pessoais. É fundamental saber o limite entre uma gentileza e a dependência. Portanto, diga “sim” quando possível e “não” sempre que necessário. Como amar o próximo sem amar a si mesmo?

https://youtube.com/watch?v=Ct_HMqbc_zo&si=j6_JT9QxcnFnRTky

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